segunda-feira, 14 de abril de 2008

Dia 2 - Tortuguero

Saímos do Torremolinos em direcção a Tortuguero. A viagem de camioneta em estrada alcatroada fez-se por linhas bastante ondulantes e sempre no cruza-cruza com grandes camiões. Ah, pois é! As estradas na Costa Rica têm muito que se lhe diga. Uma viagem de 200km pode demorar o tempo de uma eternidade. Encontra-se todo o tipo de estrada pela frente, excepto uma boa estrada.


Por isso, e ainda antes de iniciarmos a jornada, que levaria horas, fizemos uma primeira paragem, minutos depois de termos largado o hotel.


Nessa altura refastelámo-nos com o maravilhoso pequeno-almoço. Primeira oportunidade de podermos experimentar o típico Gallo Pinto - feijão preto com arroz frito, panquecas, salsichas e banana frita. As frutas e os sumos naturais fizeram também parte deste pequeno/grande-almoço, bem como os queijos, o leite e o café. Esta primeira refeição estava de comer e chorar por mais. Tudo muito bem confeccionado, com aqueles belos condimentos que mimam e domesticam totalmente qualquer paladar mais esquisito.


Bem, mas o que mais nos marcou foi de facto o ovo-estrelado. Não sabemos como foi cozinhado, mas aquele suculento molho... mnham, mnham, levou-nos a pensar, ainda por largos segundos, que não nos importariamos de comer ovos-estrelados assim ao pequeno almoço, até ao resto das nossas vidas. Tornámo-nos mesmo fãs incondicionais, contudo não voltaríamos a encontrar ovos assim até ao resto da nossa viagem.


Bem, mas voltando ao nosso caminho... fomos encontrando pequeninas casas, a pintalgar a paisagem, muito simples, com um ar bastante frágil, mas que simultaneamente transmitiam muita paz e tranquilidade. Pode-se quase tirar uma radiografia das gentes pelas casas que ostentam - pessoas simples, que se contentam com pouco, cuja máxima de vida é de facto viver-se bem com o que se tem.
O Parque Nacional Braulio Carrillo ainda nos fez companhia durante alguns quilómetros. Não pudemos parar, mas ainda tivemos oportunidade de poder ver, da janela, o encontro de dois rios de cores diferentes e a sua fusão - um azul e um laranja. O laranja apresenta esta cor devido ao elevado teor de enxofre das suas águas.



Os 2 rios perto do local onde se "unem"


Algum tempo depois, a estrada batida não se fez esperar. Enquanto isso, iamos apreciando as plantações de bananas. As senhoras bananas decidiram, entretanto, travarem-nos momentaneamente. É que precisavam justamente de passar à nossa frente naquela hora. Enquanto esperavamos que as várias centenas se despachassem, fomos cuscando o lugar para onde se dirigiam. Descobrimos que a sua morada é a exportação, por via da famosa empresa "Del Monte".


E finalmente chegamos ao porto de embarque. Aí pudemos observar o primeiro animal a sério, um grande escaravelho. A Costa Rica prometia...



Escaravelho Hércules


Malas para um barco, tripulantes para o outro, tinha chegado o momento de nos dirigirmos para o nosso hotel no meio da selva. Ao calor, fomos apreciando as paisagens, enquando o barco rasgava o silêncio do rio.



O barco que nos levava as malas... quase quase a darem um mergulho...



Spider Monkeys (Macacos-aranha)


Pachira Lodge estava mesmo à nossa espera, no meio daquele verde luxuriante e que prometia muita bicharada. Um hotel modesto, mas muito simpático.


O pormenor da ausência de janelas ficará para sempre guardado na memória. As cavidades existiam, o que não existiam são os típicos materiais que se esperam, para quem é citadino - vidro, alumínio ou madeira e fecho. Mas não estivemos assim tão desprotegidos, como parece. Os mosquiteiros faziam parte do adorno destes grandes orifícios e tinham um sentido prático bem urgente e importante - impedir animais intrusos no quarto, além de nós :P


No exterior tivemos oportunidade de encontrar alguns espécimes: aranhas, macacos, sapos, caranguejos, borboletas das mais variadas cores, pássaros exóticos que a máquina fotográfica não conseguia acompanhar nos seus voos ou nos seus tão fugazes descansos, em cima deste ou daquele galho.



Golden Silk Spider



Golden Silk Spider a comer uma borboleta



Cavalos à beira-rio



Caranguejo


Os macacos, esses eram bem atrevidos. Não é que para se afastarem das objectivas, das curiosas máquinas fotográficas dos hóspedes, punham-se em posição e largavam as suas fezes, do alto das árvores, num gesto de pontaria e provocação?!?! Há quem não dispensasse o chapéu de chuva para se proteger destas terríveis intempéries.




Howler Monkey (Macaco-uivador)


Nesse dia, ainda houve tempo para visitarmos a simpática aldeia de Tortuguero e a sua famosa praia; lugar predilecto de desova, em determinadas épocas do ano, para milhares de tartarugas.




Vila de Tortuguero vista a partir de um dos canais



Vila de Tortuguero



Escola em Tortuguero



Black Cheeked Woodpecker (Pica-pau)


No regresso ao hotel, ficámos a saber que o dia seguinte iria começar bem cedo. Os animais selvagens estavam em pulgas para nos receberem no seu habitat natural.


3 comentários:

Anónimo disse...

Ainda nos queixamos das escolas deste recanto europeu ! Estou a gostar do vosso diário, mas confesso que no momento de puxar o cursor do rato para baixo, sou bastante cautelosa... Tinhas falado em COBRAS, certo? :P

luarte disse...

Obrigada pelo teu comentário, maf. Não tenhas medo. De facto aproxima-se uma cobra, mas esta é inofensiva. Já passou pela filtragem da objectiva da máquina. Agora é apenas uma imagem estática para recordar :)

Anónimo disse...

Adorei as fotos deste dia 2! Sem dúvida que a viagem já está a ser muito promissora, já me imagino a fotografar tudo e mais alguma coisa... Aquela sala de aula? Bem, nunca mais reclamo das salas onde dou aulas! Ai que as fotos das aranhas já vão começando a aparecer, ui, alguém troca por uma cobra? Não gosto mesmo mas mesmo nada de aranhas!!
O vosso dia parece ter sido muito rico, estou curiosa para ler os seguintes...